sábado, 20 de março de 2010

Nomofóbicos

  Guarde essa palavra: nomofobia. A expressão (do inglês “no mobile”, sem celular) apareceu pela primeira vez há cerca de dois anos em um estudo britânico sobre hábitos dos usuários de celular. O resultado mais surpreendente da pesquisa, e que acabou dando origem à palavra, foi que 53% dos entrevistados admitiram praticamente surtar quando esqueciam o telefone em casa, ficavam sem bateria ou fora da área de cobertura da operadora – mais ou menos como acontecia antigamente quando as pessoas deixavam as chaves ou a carteira em casa.
  É uma maluquice mansa, é verdade, como usar a mesma cueca todas as vezes em que o time disputa um campeonato importante, tente convencer um nomofóbico (tenho certeza de que você conhece um) de que ele pode desligar o telefone enquanto janta à luz de velas com a namorada ou durante o velório da avó: seja ele um guri espinhento ou um atarefado executivo. Os nomofóbicos argumentam, como os tabagistas antes da revolta dos fumantes passivos, que só prejudicam (se é que prejudicam) a eles mesmos. Mas não é bem assim. A primeira consequência cotidiana facilmente verificável é a quebra de alguns protocolos básicos de cordialidade e convivência social.
  Qualquer um que já foi trocado por uma ligação ou um torpedo sabe a cara de banana que a gente fica quando nosso interlocutor não nos concede sequer o benefício de um “com licença” antes de lançar-se ao aparelho como se fosse a última fatia de nega-maluca do aniversário.
  apresentadora americana Oprah Winfrey está promovendo em seu programa uma enorme campanha contra o
 “texting and driving”, o hábito de mandar mensagens ou e-mails enquanto se dirige, uma irresponsabilidade tão grande quanto dirigir bêbado e que está se tornando cada vez mais comum – lá como aqui.

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